sexta-feira, 28 de setembro de 2012

As Aventuras De Um Cão Chamado Pitôco

                                  As Aventuras De Um Cão Chamado Pitôco   

                                        - Construído a partir de conversas com                                                    Paulo Gabirú, cantador do Rio São Francisco

        Era um cãozinho que se chamava Pitôco, um balaio, ajudante de  vaqueiro. Pegava o touro de tal forma que impressionava a todos que o assistiam. Agarrava o boi pela argola que ficava nas ventas, até fazer o animal se deitar. Só largava quando seu dono chegava e dizia para soltá-lo. Estimado pelo vaqueiro, desde cedo aprendeu as artes no manejo com a boiada.    
        Pitôco adquiriu prestígio, portanto, sempre apareceu quem estivesse interessado em comprá-lo, mas o vaqueiro  jamais se desfez do seu pequeno grande companheiro, nunca aceitou qualquer proposta. Por sua vez, o pequeno cão nunca abandonou seu dono, seu melhor amigo. Levava uma vida privilegiada, não precisava entrar em disputas com os outros cães que esperavam os ossos jogados pelo açougueiro, nem precisava viver entre os cães selvagens que rondavam as proximidades.
        Havia uma matilha desses cães que se tornaram selvagens, deixados por  seus donos, após serem atingidos por uma barragem construída em suas terras. Os pobres sertanejos que perderam suas terras foram para outras bandas, buscar meios de sobrevivência, deixando para trás os pertences, inclusive, os cães, que tiveram que aprender a sobreviver sem os donos, e como lobos rondavam as povoações.
         Pitôco sempre fora bem tratado, mas um dia, uma tragédia transformou sua vida: O vaqueiro faleceu pisoteado por um touro bravo. O cão perdeu seu dono. Durante o velório, permaneceu todo  o tempo junto ao  morto. Algumas pessoas se agachavam e faziam-lhe afagos. Quando chegou o momento do sepulto, lá se foi Pitôco atrás do caixão. Não tinha mais dono, também não procurou quem o adotasse, já teria experiência o bastante para viver sozinho.
        Por ser conhecido e respeitado, logo fez amizade entre os cães que viviam dos ossos do fundo do açougue. Saía em busca do alimento, mas sempre retornava à cova do seu falecido dono e, ali permanecia, passava a noite e dormia. Ao amanhecer ia em busca do osso de cada dia, entre pedaços disputados por enormes dentes de cães  ferozes e esfomeados.
        O herói dessa história mantinha-se sempre passivo, procurava não entrar nessas  batalhas com aqueles que, desde cedo, conheciam aquela forma de vida. Divertia-se afastado, ao ver a matilha em alvoroço. Sempre sobrava seu pedaço. Pitôco ainda era lembrado por aqueles que chegaram a vê-lo em seus dias de glória, quando acompanhava seu dono, quando aboiava ou participava das vaquejadas. Sempre aparecia quem quisesse ficar com ele, principalmente, quando o viam solitário.
       Passa o tempo. Todos se acostumaram com aquele cãozinho que ficava dias e noites, junto à cova do vaqueiro, onde fizeram um jazigo. Quem por  ali passava, fazia o sinal da cruz e acenava para o cão, alguns mais velhos se gabavam por terem um certo dia, presenciado alguma proeza daquele vaqueiro e seu fiel companheiro.
       Em frente do cemitério à beira da estrada, sempre passava um carro-pipa que transportava água para os moradores mais distantes da represa. Todos os dias, Pitôco olhava o caminhão e, latindo, atendia aos acenos do motorista que parava e lhe dava água.        
          Dessa vez não era  o carro da água, era um grupo de saltimbancos que por ali passava. Pitôco levantou-se, esticou as orelhas, abanou a cauda. Abaixava e levantava a cabeça lentamente. Os artistas do circo imediatamente se encantaram com Pitôco a fazer piruetas junto ao carro, como se pedisse para ir com eles. Assim, nosso pequeno herói redescobriu o que gostava de fazer  e se foi  para continuar a ser artista na vida.
       Quem hoje passa por ali, em frente ao cemitério, sempre faz uma prece ao vaqueiro e lembra daquele intrépido cãozinho chamado Pitôco.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

bateu com a cabeça no concreto

POLÍTIKA

LÍ TI KA ME LE KA PO
TI KA ME LE KA PO LÍ
KA ME LE KA PO LÍ TI
ME LE KA PO LÍ TI KA
LE KA PO LÍ TI KA ME
KA PO LÍ TI KA ME LE
PO LÍ TI KA ME LE KA



MÁKINA DO TEMPO

KI NA DO TEM PO MÁ
NA DO TEM PO MÁ KI
DO TEM PO MÁ KI NA
TEM PO MA KI NA DO
PO MA KI NA DO TEM
MÁ KI NA DO TEM PO